quarta-feira, 24 de junho de 2009

Efeito bola de neve

Há duas semanas atrás eu e mais alguns colegas da faculdade apresentamos um seminário falando sobre o ECA(estatuto da criança e do adolescente).
Durante a apresentação, surgiram vários comentários, da turma que nos assistia,sobre como é difícil ser professor hoje em dia. Alegando que muitos dos alunos não tem o menor respeito para com os professores e que podem xingar, "responder", e muitos até ameaçam os professores. Diziam que isso é um absurdo e que alguns dos artigos do ECA são simplesmente utópicos.
Esses questionamentos me levaram a refletir sobre alguns aspectos do complicado egoísmo humano.

Pensem comigo. Eu também acho um absurdo todas essas realidades que eles enumeraram. Mas, as crianças e adolescentes que chegam nas escolas não foram "fabricadas" daquele jeito.
Qualquer pessoa é formada pela sua história.
Todos esses alunos nasceram e foram "formados" dentro de suas famílias.
Agora vamos pensar na realidade da família na sociedade atual:

-pais na maioria das vezes separados, o que nos leva a uma grande confusão na formação das crianças.

-Quando os pais não estão separados, existem muitos casos de violência física e/ou verbal entre eles e, consequentemente, para com os filhos.

-Isso quando os filhos não são fruto de uma relação entre adolescentes que nem tem maturidade emocional própria, quanto mais para educar alguém.

Está mais do que provado que as crianças imitam e "aprendem" a viver em sociedade à partir do modelo familiar. Mas, o modelo familiar às ensina sobre abuso de força, desrespeito, egoísmo, ...
Daí as crianças vão parar nas escolas e vemos o resultado de tudo isso na arguição de nossos ouvintes durante a palestra.
Então qual seria a resolução para esse problema?
Obviamente que, querer parar a bola de neve resolvendo os casos quando chegam na escola não adianta, pois eles continuarão acontecendo.
Fácil, então vamos arrumar a estrutura familiar, certo?
Vamos ter pais que sabem se respeitar, se amar, e viver bem juntos educando seus filhos. Que o homem tenha a sua esposa e a mulher o seu marido, certo?
Opa, nessa hora é que vemos os mesmos que acham um absurdo o "estado" das crianças nas escolas, defendendo que são livres para fazer sexo com quem quiserem. Que, ser fiel não é assim tão importante, que ser jovem e ainda não ter transado é um absurdo, que o homossexualismo (entendam, não sou contra as PESSOAS homossexuais, mas discordo da sua opção) é uma opção normal e que esse negócio de casamento hoje em dia é careta.
Bem... acho que dá pra ver onde isso vai dar né?

A grande maioria dos GRANDES problemas sociais, começaram com pequenas gotas de "isso não precisar ser tão certinho assim né!?", "afinal, posso fazer minhas próprias escolhas e ninguém tem nada a ver com isso" .
Mas as nossas escolhas, constroem nossa sociedade, assim como também constroem nossas igrejas. Mas sobre as igrejas escreverei amanhã.
O fato é que vivemos numa sociedade egoísta, e se eu e vc não o somos sempre, é pela graça e ação de Deus. As leis são boas para nossa sociedade até que começam a privar alguém do que quer, daí arrumamos as brechas, emendas e etc. Estão aí os políticos para provarem.

O post de hoje e de amanhã fazem parte de uma reflexão que tenho feito a pouco tempo e podem ficar bastante confusos, pois confesso que tenho achado complicado concluir algo a respeito. O equilíbrio entre o legalismo e o "anarquismo" é muito complicado, mas penso que podemos encontrá-lo na graça e amor de Deus.
Por isso se vc ler e discordar de algo eu realmente gostaria de ler seus comentários, e se concordar tb, afinal está difícil eu chegar a uma conclusão sobre o assunto.

5 comentários:

  1. Eu concordo plenamente com sua reflexão sobre a sociedade, e lamento profundamente os resultados dissa confusão, tanto qtolamento a responsabilidade que a igreja tem nisso tudo!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. uou, você tocou num aspecto muito forte... eu estudo um pouco disso na facul e posso digo que concordo com você. não só as crianças, mas principalmente elas são influenciadas e imitam aqueles que estão à sua volta. portanto, a chance de uma criança que cresce cercada por pessoas que fazem escolhas e tomam caminhos errados também agirem do mesmo modo é muito grande... nós fazemos a sociedade em que vivemos, e pode parecer clichê, mas as nossas atitudes fazem sim toda a diferença...

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  4. Vamos lá...
    Vou tentar dar minha opinião sobre isso sem fazer um novo post no seu blog....risos. O fato é que a sociedade é mesmo formada por um processo social. Em sociologia denominamos isso de construção social. Essa é desenvolvida por três movimentos cíclicos: interiorização, exteriorização e objetivação. Somos influenciados por valores que já se encontram em nossa sociedade e ao interioriza-los podemos externá-los em acordo ou desacordo com o que já está ai. Aqui é que entra o que Jesus nos trouxe com sua vinda: o Reino de Deus. Quando pessoas comuns vivem os valores incomuns do Reino, suas vidas passam a cativar alguns e subverter o processo de destruição na vida social e pessoal. Para isso é que a igreja foi deixada aqui. Somos o povo de Deus em missão no mundo. O dia que os cristãos entenderem isso e assumirem isso para valer, paramos a bola de neve, ou pelo menos começamos a derrete-la.
    Valeu.... Sua reflexão foi muito boa.

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  5. 2 mil séculos depois!!!!
    Não ia comentar não, mas n aguentei...
    Esse é um assunto q realmente mexe comigo.
    É mt fácil dizermos q "hoje em dia as crianças não são mais a msma coisa", e culpá-las por não terem respeito algum ou por simplesmente não agirem como crianças devem agir. Mas veja: o q está sendo ensinada a elas? Baseado em que padrão estão sendo educadas? A televisão se tornou a mais prática e barata babá, já q os pais estão super atarefados e estressados c seus trabalhos...
    Simplesmente nossas crianças não tem defendido seu direito de serem crianças e desenvolverem uma infância saldável. E isso se mostra nos pequenos detalhes a que ninguém dá importância...
    Isso me faz lembra A Cabana, qd Mack tem de arrumar um culpado para o problema e já não sabe mais dizer se a culpa está no assassino, no pai do assassino que fez dele um monstro ou em outra pessoa qqr.
    Onde está a culpa? Difícil responder.
    Tlvz seja melhor perguntarmos "Onde está a solução?", e lembraremos de um Deus que "traz à existência as coisas q não existem", um Deus capaz de mudar a história e que quer realizar isso através de nós...

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